Na casa da Avó Linda, vulgo nossa casa, o frigorífico era pequeníssimo, não tinha congelador era quase um Frigo Bar. No Salvação, tínhamos um Badicol, não sei se é assim que se escreve a marca, que com certeza já não existe, mas era lindo. Era grande, arredondado era tão bonito que ate tinha um sitio de destaque. Acho é que não tinha muito uso...
Só me lembro de ter lá dentro iogurtes, não me lembro de ter fruta, água, queijo, essas coisas normais que todos temos no frigorífico. Só me lembro dos iogurtes de banana, morango ou tutti-frutti, todos tinham o mesmo sabor e por isso colocavamos colheres e colheres de açúcar. O meu avô reclamava que os cristais de açúcar pareciam agulhas na placa e nós delirávamos sempre que ele comia um.
Nesse tempo não havia cereais, nem Bolicaos, nem hamburgers, nem quase tudo que hoje faz parte da alimentação dos nossos filhos. Nesse tempo se estávamos doentes comíamos canja, leite creme e maçã cozida. O leite era branco, aquecido num fervedor e quando muito punhamos Ovomaltine,mais tarde destronado pelo Cola Cao.
As torradas eram feitas no fogão num utensílio que ainda hoje não sei o nome, e a manteiga era muita porque não se falava em colesterol. Na Páscoa comíamos Pão de Ló quente até vomitar a bílis e no Natal a mistura de doce de ovos com queijo da serra voltava a ser fatal.
Era realmente tudo muito diferente, mas nunca tivemos bronquiolites, gastroenterites e outras ites que me põe louca e me fazem estar agora a escrever estas coisas...
Já agora, um dia ganho coragem e conto o que fizemos ao Badicol...
2 comentários:
Agora fiquei curiosa!...
Aí Ju que falta você me faz...
Eu conto ao lanche.
;)
E tenho perdido cada uma...
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