quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O tempo






Houve um tempo em que o tempo era meu.


Tinha muito tempo, tempo de sobra, tempo para tudo e não fazia nada. Gostava de medir o tempo, pulso sempre adornado, armário repleto de relógios e o encanto de os poder ouvir ao mesmo tempo.


Mais tarde houve um tempo que parou e outro que desatou a voar. Perdi o meu tempo. Parei de o medir e passei a consumi-lo, planeá-lo, persegui-lo. Acordo a pensar no tempo que tenho, tudo tem de ser a tempo, não se pode falhar um minuto. Um milésimo de segundo provoca uma catástrofe em cadeia.


Não tenho tempo para fazer metade do que queria e faço o dobro que o tempo me permite.


E assim passa o meu tempo, e eu vivo, corro, flutuo. Não há tempo a perder, por isso já não uso relógio.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não quer ser escrava do tempo!
Não tem opção de escolha, não precisa usar adorno, o tempo fala por si...

Anónimo disse...

Não tenho tempo para fazer metade do que queria...

Anónimo disse...

O tempo devia ser medido não por dois traços doidos que nunca se encontram . ..mas sim pelo encontar dos doidos e dos momentos de loucura que se prepetuam em momentos de felicidade insana..se a velhice viesse pela adição de momentos de felicidade... poucos atingiriam a adolescência ...porque em materia de felicidade só vejo doidos ....de gatas.
Desculpe o desabafo. Há ..!!!! eu adoro relógios.