Penso muito acerca dos nossos limites enquanto seres humanos. Quais são esses limites, até que ponto aguentamos a dor, até que ponto o cansaço nos derruba definitivamente, até que ponto já não podemos mais.
Antes de ter filhos eu era uma outra pessoa. Era frágil, cansava-me facilmente, chorava com muita facilidade. Com a maternidades descobri uma outra pessoa, tornei-me forte. Forte porque mudaram as minhas prioridades, forte porque a minha energia é imprescindível para o funcionamento da casa, sou forte porque tenho e quero ser.
Os meus limites foram alargados. Não é uma tarde de compras que me deixa exausta, o que agora de deixa cansada é dormir três ou quatros períodos de hora e meia por noite. Um problema no emprego é para ser resolvido lá, em casa já chegam as bronquiolites, nebulizações, assaduras, ligaduras, sopas, papas, banhos, mimos e cantorias. E choro, sim. Choro quando me sinto impotente ao ver as minhas filhas doentes, choro quando não posso resolver os problemas dos que amo e choro de saudades dos que estão longe. Já não choro por coisa pouca.
Os nossos limites são elásticos. O nosso corpo vai cedendo sempre mais um bocadinho. Amanhã possivelmente será testado mais uma vez, e depois e depois...
Acho que o segredo é viver cada dia como se fosse uma vida. Contar cada dia como uma vida separada.
1 comentário:
Conheço alguém que diria: "Oh Ju as coisas que tu sabes!"
Eu digo: "As coisas que me ensina!"
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