A espera...

Não gosto de esperar. A espera deixa-me inquieta e eu não gosto de estar inquieta.

Não falo das esperas do dia a dia, a essas já me habituei. Falo das outras, daquelas que nos dominam o coração e a razão.

Esperar significa quase sempre que nos antecedemos a algo, ou que alguém tardou. Significa que não há ou não pode haver o timing certo. Gosto da simultaneidade das coisas, de ligar quando me estão a ligar, de pensar em ti quando pensas em mim. São assim as almas afinadas.

Não gosto de frases feitas do género de quem espera sempre alcança...ou desespera. Irritam-me porque ora aplicam uma ou outra, conforme dá mais jeito.

Mas há no entanto um certo encantamento na espera. A espera da mulher do pescador, sentada na areia da praia, a espera de alguém que está longe e que não tarda nada vou buscar ao aeroporto, a espera de um bebé. E são tudo momentos de espera.

Mas acho que a vida é assim mesmo, acabamos sempre por estar à espera. Mas uma coisa é certa, isto só tem graça porque nunca sabemos o que nos espera.